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sexta-feira, 1 de junho de 2012

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2ª Etapa de Arrancada




Data Hora

  • 02/06/2012 De 09:00 as 17:00 hs

  • 03/06/2012 De 09:00 as 17:00 hs

Confira os preços dos ingressos

40,00
Meia entradaInteira
20,00
Mulheres pagam R$10,00

Pontos de venda de ingressos

  • Mega Space


Prefeitura de Belo Horizonte pode vender duas ruas da cidade

Na lista de 120 lotes que a PBH quer comercializar na capital estão duas vias, uma delas já ocupada por faculdade. Mesmo antes do aval da Câmara, negociações estão sendo feitas
 A prefeitura de Belo Horizonte está prestes a vender duas ruas da cidade: a Rua Padre Inácio Nogueira, localizada no Bairro São Francisco, na Pampulha, e a Rua B, no Bairro Nova Granada, Região Oeste. Esta última foi ocupada pelo Centro Universitário Newton Paiva e transformou-se em um estacionamento. Já a Rua Padre Inácio Nogueira dá acesso à Avenida Antônio Carlos, uma das principais vias da capital (veja arte). Esses dois espaços públicos estão na lista dos 120 terrenos que o Executivo pretende comercializar depois da aprovação, em segundo turno, do Projeto de Lei 1.698/11 pela Câmara Municipal de Belo Horizonte.

Antes mesmo de os vereadores baterem o martelo, as negociações já estão acontecendo. A Newton Paiva informou à reportagem que “a rua que corta o estacionamento da unidade de saúde do Câmpus Silva Lobo já está em processo de compra junto à Prefeitura”. O texto do projeto, entretanto, prevê que a venda seja feita por concorrência, quando prevalece o maior preço. O pedido de autorização de venda da Rua B – que ligaria a Avenida Silva Lobo à Rua Marechal Jofre –, foi acrescentado ao projeto de lei em abril, como um substitutivo.Na justificativa, a prefeitura diz que, de acordo com a BHTrans, o terreno apresenta limitações técnicas para a implantação de rua e a execução dela não traria benefícios ao trânsito local. A moradora de um prédio localizado na frente da faculdade, Olívia Gonçalves de Matos, discorda. De acordo com ela, a abertura da via melhoraria o fluxo da Avenida Silva Lobo que “fica impraticável em horários de pico”. Ela explica que a rua facilitaria também o acesso para quem mora do outro lado da faculdade. Elaine Santos Pina, também moradora do Bairro Nova Granada, conta que há dois anos havia, pelo menos, uma passagem no local para pedestres. “Minha filha estuda próximo à Marechal Jofre. Se a Rua B existisse, eu demoraria muito menos tempo para levá-la à escola. Hoje eu tenho de dar a maior volta”, reclamou.

A venda da Rua Padre Inácio Nogueira também não agrada os comerciantes do Bairro São Francisco. Em um quarteirão dela estão registrados os lotes 19 e 20, incluídos na lista do Executivo. Se vendidos, a via não dará acesso mais à Avenida Antônio Carlos. Nela, além de empresas e o Corpo de Bombeiros, está a Faculdade Anhanguera, construída em outros dois lotes públicos, também em vista de serem comercializados. A faculdade, inclusive, ocupa uma rua, a Padre João Pio, que não foi acrescentada ao Projeto de Lei que tramita no Legislativo.

Lista

Conforme mostrou ontem o Estado de Minas, a prefeitura pretende vender, além de terrenos ocupados, áreas verdes ou destinadas à construção de moradia para a população de baixa renda. Os problemas no PL 1.698/11 foram detectados pela diretoria do Legislativo. O líder de governo na Câmara, vereador Tarcísio Caixeta (PT), alega que o fato de o terreno estar no projeto não significa que será vendido. Segundo ele, a PBH só está pedindo a autorização para venda. O petista argumenta ainda que cada lote será avaliado quando houver negociações e que, se for preciso, a área prevista de ser comercializada será revista. Em relação às conversas com a Newton Paiva, Tarcício Caixeta garante não haver problemas. “Qualquer um pode solicitar a compra. O processo de venda é definido por meio de leilão público”, justificou. A faculdade Anhanguera não retornou às ligações feitas desde segunda-feira pela reportagem.

Memória - Reincidência

Essa não é a primeira polêmica envolvendo a venda de vias públicas pela Prefeitura de Belo Horizonte. No ano passado, apesar do protesto dos moradores, os vereadores aprovaram um projeto de lei do Executivo autorizando a comercialização e um trecho da Rua Musas, no Bairro Santa Lúcia, na Região Centro-Sul, para uma empresa interessada em construir um hotel cinco estrelas no local. O assunto foi parar na Justiça e no Ministério Público. Pressionada, a prefeitura decidiu cancelar o edital que permitiria a desafetação da rua e o assunto foi parar na Assembleia Legislativa, transformando-se em bandeira da oposição ao prefeito Marcio Lacerda (PSB).

terça-feira, 24 de abril de 2012

Serra do Cipó serve de refúgio para aventureiros em MG

A Serra do Cipó

A Serra do Cipó dispensa adjetivos no sentido de exaltar sua beleza única ou seu imensurável potencial turístico.
Dona de uma das maiores biodiversidades do planeta a região ostenta fauna e flora endêmicas, cachoeiras e vales, matas e campos de altitude... todos exuberantes, porem extremamente insignificantes quando comparados ao carinho gostoso que se recebe quando em contato com a gente simples que aqui vive.  Gente simples e hospitaleira, moldada pelo passar dos anos, acostumada a receber com alegria as visitas desde os tempos da ‘estrada real’.
Visitas sim, pois na Serra do Cipó não existem turistas, passantes, passageiros e muito menos forasteiros.  Aqui, ao redor do fogão de lenha, todos são visitas... daquelas... que nos enchem de alegria pelo simples fato de aparecerem de quando em vez, nem que seja só pra tomar um cafezinho... passado no coador de pano... adoçado com rapadura.
Aqui a exuberância se une à simplicidade e juntas... assim... juntinhas... tomam de assalto até os mais atribulados pelo simples contado, por entre os dedos dos pés, da areia branca dos rios ou pelo nascer de uma lua perfeita.
Há quem diga que a perfeição é algo inatingível...   estes nunca estiveram com a pessoa certa, em um local qualquer, simples mas aconchegante. 
Perfeição não é uma coisa... é um momento!

Estudantes fazem caminhadas para aprender sobre as belezas da serra. Segundo especialistas, local é conhecido pelo cerrado e campos rupestres.

A Serra do Cipó, na Região Central de Minas Gerais, serve de refúgio para os aventureiros e para quem quer apenas descansar. No local, é possível encontrar mata fechada, cerrado e até plantas carnívoras. A área de preservação fica a cerca de 100 quilômetros de Belo Horizonte. Estudantes de geografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) tiveram uma aula prática sobre as belezas da serra. Muitos aproveitaram os três dias de caminhada para tirar fotos, conhecer e desenhar as paisagens. Segundo especialistas, o local é conhecido pelo cerrado, campos rupestres e pela Mata Atlântica. A beleza das cachoeiras também impressiona quem passeia pela serra. Em umas delas, a força da água abriu um espaço entre as rochas que equivale a um prédio de 35 andares.
DICAS E RECOMENDAÇÕES PARA PASSEIOS 
TURISTICOS NA 
SERRA DO CIPÓ
Antes de ir:
Programe o roteiro da sua viagem com mapas e o máximo de informações possíveis, como as condições das estradas, demais vias de acesso e condições climáticas.
Informe-se sobre as condições de visitação dos locais, não se esqueça: acidentes naturais acontecem, podendo atrapalhar o seu passeio sempre tenha um segundo roteiro em mãos.
Deixe sempre uma copia de seu roteiro com alguém, se caso necessitar ser localizado, procure sempre o apoio de guias para evitar situações desagradáveis.

O que se deve levar:
Depende do passeio que você ira fazer, para quase todos podemos indicar: Roupas leves, boné ou chapéu, filtro solar, repelente de insetos, e calçado confortável (tênis), o mínimo de utensílios possível, sempre e bom levar binóculo, e uma boa maquina fotográfica.
Caso seja esporte radicais: Sempre confira os equipamentos de segurança, se você não e um entendido na área, contrate um guia para evitar acidentes.
Procure saber se onde você ira , tem água potável e alimentação adequada(leve).
Leve com você um saco para recolher o lixo que você possa produzir, lembre-se nunca deixe seu lixo no meio do caminho você estará agredindo o meio ambiente.
Você deve evitar:
Caminhar por lugares desconhecidos à noite, não coloque mãos ou pés em buracos ou fendas, evite a mata fechada, em caminhadas observar o chão a sua frente, pode haver buracos tampado pela vegetação, não consuma bebidas alcoólicas ou drogas, não use aparelhos de som em alto volume.

Respeite sempre a Serra do Cipó, preserve a mata, não retire plantas, materiais e principalmente os animais, monte acampamento somente nas áreas indicadas, e cuidado com risco de incêndios.

                                                                                                                
                                                                                                 Cachoeira Véu da Noiva
                                                                                                             
Você irá conhecer algumas das cachoeiras da Serra do Cipó. A distancia em Km tem como ponto de partida a ponte sobre o Rio Cipó, no Km 95 da rodovia MG-10

Cachoeira Grande
Distância: 3 KmGuias: Não há necessidade
Como ir: a pé, carro e bike
Comentários: Os administradores desta cachoeira cobram uma pequena taxa para entrar. Possui restaurante, churrasqueiras e banheiros.

Cachoeira do Gavião
Distância: 6 Km
Guias: Há necessidade, estes profissionais o ajudarão a achar a cachoeira, além de contarem um pouco sobre a flora, fauna e história da região
Como ir: a pé e bike
Comentários: Esta cachoeira fica bem perto da cachoeira das Andorinhas.


Cachoeira - Andorinhas
Distância: 6 Km
Guias: Há necessidade, estes profissionais o ajudarão a achar a cachoeira, além de contarem um pouco sobre a flora, fauna e história da região.
Como ir: a pé e bike
Comentários: Esta e uma maravilhosa cachoeira, mais não tente ir sozinho, leve um profissional com você.



Cachoeira - Farofa de Cima
Distância: 6 Km
Guias: Há necessidade, estes profissionais o ajudarão a achar a cachoeira, além de contarem um pouco sobre a flora, fauna e história da região.
Como ir: a pé
Comentários: Não tente ir sem um profissional ao seu lado pois se acontecer algo com você, não terá como pedir ajuda.

Cachoeira - Poço Azul

Distância: 2 Km
Guias: Não há¡ necessidade.
Como ir: a pé e bike
Comentários: Este poço fica 2 Km de distancia da portaria do Parque Nacional
Cachoeira - Farofa de Baixo

Distância: 6 Km
Guias: Não há necessidade.
Como ir: a pé, bike e jeep
Comentários:Será necessário que você tenha um bom preparo físico para chegar até lá.

 Distância de algumas cidades:

-->Belo Horizonte - 100 Km
--> Brasília - 814 Km
-->Diamantina - 248 Km
--> Lagoa Santa - 60 Km
-->Jaboticatubas - 47 Km
--> Rio de Janeiro - 532 Km
-->São Paulo - 684 Km
--> Serro - 143 Km
--> Sete Lagoas - 100 Km

domingo, 22 de abril de 2012

Bares de BH em festa com nova edição do Comida di Buteco




O Comida di Buteco 2012, maior evento gastronômico de Belo Horizonte começou na sexta-feira, dia 13, com novidades no cardápio. A 13ª edição traz como inspiração o produto símbolo da culinária mineira, o queijo minas, que pode ser incluído nas receitas nos tipos frescal, padrão ou artesanal. Até o dia 19 de maio, 41 estabelecimentos concorrem pelo título de melhor boteco da capital. O evento conta com o apoio da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Belotur.

Com o lema “Chegou a hora de provar que você entende de Buteco”, o melhor petisco será eleito pelo público em geral e por 41 jurados, com peso de 50% para cada um na eleição. Também serão avaliadas, com notas de 0 a 10, a qualidade do atendimento (10%), a higiene do boteco (10%) e a temperatura das bebidas (10%). Os outros 70% são divididos em subcategorias: 50% para o sabor do tira-gosto e 20% para a apresentação do prato.

As cédulas de votação foram fornecidas pelo instituto de pesquisa Vox Populi, responsável por conferir e validar os votos. Somente serão consideradas aquelas que estiverem devidamente preenchidas, ou seja, se for detectado algum erro ou falta de informação o voto será descartado. Cada jurado visita cinco estabelecimentos e a maior e a menor nota também serão desconsideradas.

Lançado em Belo Horizonte em 2000, o Comida di Buteco ganhou repercussão nacional e se espalhou por outras 15 cidades em todo o país. Em 2011, 2,3 milhões de pessoas prestigiaram o evento. Neste ano participam do concurso 400 botecos de oito estados brasileiros. “Em sua 13ª edição, o Comida Di Buteco já é o maior evento gastronômico do Brasil, atraindo visitantes interessados em conhecer um dos principais atrativos turísticos de Belo Horizonte: a cozinha mineira”, disse o presidente da Belotur, Fernando Rios. Ele disse ainda que o evento incentiva a profissionalização e a sustentabilidade dos estabelecimentos participantes, promove a contratação e qualificação de mão de obra local.

Variedade

O gastrônomo e idealizador do concurso, Eduardo Maya, garante que o público irá se surpreender com a grande variedade dos petiscos concorrentes, que devem ser comercializados por até R$ 22,90. “A expectativa é que durante o circuito sejam consumidas 41 toneladas de queijo minas nos botecos participantes. Em alguns botecos, a iguaria é o ingrediente principal, em outros está na composição dos pratos e têm aqueles que preferiram usá-lo como molho”, disse.

De acordo com Maya, outra regra estipulada para o concurso é que todos os tira-gostos devem ser próprios para palito ou garfo, sem a necessidade de uso individual de pratos. “Além desses tira-gostos, 39 estabelecimentos vão comercializar pratos utilizando Doritos, um dos apoiadores do concurso”, explicou.

Participantes

A classificação geral do Comida di Buteco em 2011 garantiu a participação de 31 botecos na edição desse ano. Três botecos que já participaram do circuito em outras ocasiões, retornam em 2012: Bar do Doca, Chef Túlio e Mulão. Sete estreiam no concurso: Bar da Claudinha, Boteco do Leão, Café Bahia, Casa Velha, Zoo Bar e Ali Ba Bar. A lista de todos os concorrentes e dos petiscos pode ser acessada no sitewww.comidadibuteco.com.br 

Saideira

No dia 19 de maio, acontece a festa de Saideira do Festival Comida di Buteco 2012, com o anúncio dos vencedores da 13ª edição do concurso. A festa, que será realizada no Largo da Saideira (avenida Cristiano Machado, 3.450, bairro União), a partir das 12h, terá apresentações de Nando Reis, Monobloco e Aline Calixto, entre outras atrações. Ao contrário dos anos anteriores, em 2012 o evento será realizado em apenas um dia, com expectativa de receber 13 mil pessoas.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Debate marca comemorações do Dia do Índio em BH

09 india Dia do Índio   19 de AbrilEm comemoração ao Dia do Índio, festejado no dia 19 de abril, o Centro Cultural Urucuia promove o evento Abril Indígena Metropolitano, um encontro com lideranças indígenas de Belo Horizonte e convidados especiais para um debate sobre a presença indígena na cidade. O evento, organizado pela sociedade civil indígena da capital, tem o apoio do projeto Centro de Serviços para as populações indígenas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, do Gruppo Volontariato Civile (GVC) Brasil, da Associação de Povos Indígenas da RMBH e do Povo Aranã do Barreiro. As atividades são abertas ao público e acontecem entre sábado, dia 14, e quarta, dia 18, no Centro Cultural Urucuia (rua W3, 500, bairro Urucuia), no dia 27 deste mês na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e, no dia 28, na Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de Belo Horizonte. A entrada é gratuita.

O evento no Urucuia, uma busca pelo reconhecimento dos direitos dos indígenas metropolitanos, antecede o debate público sobre a questão indígena na assembléia, que acontece no dia 27 de abril. O encontro tem a intenção de reforçar a mobilização das famílias em torno do movimento pelo reconhecimento da identidade e direito à alteridade indígena também nas cidades. 

Segundo Dalva Aguiar Nascimento, coordenadora do projeto Centro de Serviços para as Populações Indígenas na RMBH, do GVC Brasil, a parceria com os centros culturais é importante como forma de sensibilizar a população para a questão indígena e mostrar à sociedade civil indígena a disponibilidade e a abertura das estruturas municipais para a valorização de expressões culturais das minorias. “É um passo importante para a autoestima do indíviduo indígena e um passo à frente para o reconhecimento por parte da sociedade civil não indígena e por parte das instituições”, afirma.

A programação do Abril Indígena Metropolitano no Centro Cultural Urucuia conta com a exibição do filme “Tribos Urbanas”, que relata a realidade dos povos indígenas de Manaus e de documentários e curta metragem da Pajé Filmes sobre os índios de Minas Gerais. Também acontecem debates e uma oficina de pintura corporal realizada por indígenas residentes em Belo Horizonte. 

Durante todo o sábado, dia 14, serão realizadas filmagens das atividades e recolhidos depoimentos sobre a questão dos índios que vivem nas cidades. O resultado desse trabalho será conhecido no dia 28 de abril, às 9h, com a exibição do vídeo durante a manhã de diálogo com os povos indígenas de Belo Horizonte, atividade promovida pela Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial do Município de Belo Horizonte.

Índios Urbanos

 Segundo o Censo 2010 do IBGE, a população indígena no Brasil é formada por 817.963 pessoas, sendo que mais de 315 mil vivem em cidades.
 
Em Belo Horizonte, as comunidades presentes na região metropolitana estão, principalmente, no Barreiro, em Santa Efigênia, na Serra e no Sumaré, além dos municípios de Contagem, Betim, Ibirité e Vespasiano. Um dos trabalhos do GVC Brasil será a elaboração de um estudo sobre a demografia indígena na RMBH, culminando no mapeamento completo da região, que será realizado em parceria com a UFMG e estudantes indígenas universitários. 


Para Dalva Aguiar Nascimento, o debate sobre a presença do índio nas cidades diz respeito não somente a eles , mas à população em geral, por se tratar de uma questão relacionada a direitos humanos. “A salvaguarda dos direitos básicos das pessoas é interesse de toda a sociedade, hoje dos indígenas, amanhã, de outro grupo vulnerável”, ressalta. Segundo ela, a existência dos indígenas na cidade ainda é desconhecida para a maioria das pessoas, o que acaba gerando preconceito. “Marginalização, desinformação, invisibilidade. Infelizmente, muitas vezes, o indígena para as instituições é só quem vive na aldeia. Quem foi expulso da sua terra, quem quer estudar na universidade e vem morar na cidade, não é mais índio. Chega a sofrer discriminações que muitas vezes o levam a esconder a própria origem”, revela.

Consulado norte-americano em BH estimula intercâmbios turístico, cultural e de negócios


Os mineiros que estão com planos de viajar para os Estados Unidos receberam uma boa notícia na última semana: um consulado norte-americano será instalado em Belo Horizonte, poupando os mineiros da necessidade de viajar para São Paulo, Rio de Janeiro, Recife ou Brasília para obter o visto. Além da capital mineira, será instalado outro consulado em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A novidade foi anunciada pela secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, durante a visita da presidente Dilma Rousseff aos EUA.

Prevista para 2014, a instalação do consulado na capital mineira se justifica devido à forte conexão entre Minas Gerais e os Estados Unidos. Cônsul para Minas Gerais, Merry Miller explica que atualmente já há um grande número de mineiros morando nos EUA, além de uma quantidade significativa de norte-americanos vivendo em Minas Gerais. “Um consulado em Belo Horizonte estreitará ainda mais nossos laços e prestará serviços a brasileiros e norte-americanos”, comenta, acrescentando que está previsto o fomento ao intercâmbio cultural e educacional entre os dois países.

Para o secretário municipal adjunto de Relações Internacionais, Rodrigo Perpétuo, a escolha da futura implantação do consulado em Belo Horizonte se dá pelo reconhecimento do protagonismo da capital mineira para a economia norte-americana. “Muito além da concessão de vistos, o novo consulado permitirá o aumento do fluxo de autoridades do governo dos EUA e número de turistas na cidade, devido à maior divulgação de Belo Horizonte para o mercado norte-americano, além da oportunidade de expansão de negócios”, disse Rodrigo.

Diversidade

Para muitos dos mineiros ansiosos em viajar para o exterior para turismo ou negócios, a cônsul garante que agilizar a concessão de vistos para brasileiros é uma prioridade para o governo norte-americano. Merry Miller comenta que Brasil e EUA são países com diversidade de paisagens, costumes e atrações. “Nosso embaixador, Thomas Shannon, costuma dizer que a diplomacia entre Estados Unidos e Brasil atualmente se dá muito mais entre pessoas do que entre instituições. Neste contexto, estreitar laços entre pessoas é uma maneira fundamental de aprofundar nossas relações”, conclui.

A troca de informações e cultura é vista como positiva também pelos norte-americanos. Travis Knoll, 21 anos, estudante do curso de Estudos Latinoamericanos com ênfase em História na Universidade do Texas, enumera episódios que reiteram a boa receptividade do mineiro em relação a estrangeiros. Além de ter experimentado uma saborosa comida, Travis recebeu de presente um CD de Francisco Alves, cantor que admira. “A reputação de boa hospitalidade e comida no mineiro é bem merecida”, disse.

Travis está em Belo Horizonte devido a um programa de intercâmbio com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Embora não vá ficar no Brasil até a instalação do consulado americano, ele acredita que Minas merece ter seu consulado e que esta novidade é conveniente para os cidadãos norte-americanos e brasileiros. “Seria útil ter um consulado aqui durante a minha estadia, mais seguro, além de conveniente para os brasileiros também. Os dois lados ganham”, concluiu.

A relação de Minas Gerais com os Estados Unidos

• Belo Horizonte já abrigou um consulado americano entre 1957 e 1969
• O Brasil foi o sexto país que mais enviou visitantes para os Estados Unidos em 2011, ficando atrás de Canadá, México, Japão, Reino Unido e Alemanha.
• Depois da Argentina, os Estados Unidos são os que mais enviam turistas ao Brasil.
• 63.400 é o volume de vistos concedidos aos mineiros entre outubro de 2010 e 2011.

O comércio mineiro e os Estados Unidos

• Em 2010, o Brasil importou US$ 27 bilhões dos Estados Unidos. Deste total, US$ 1,5 bilhão foi importado por Minas Gerais.
• Em 2011, o Brasil importou US$ 34 bilhões dos Estados Unidos. Deste total, Minas Gerais importou US$ 2,2 bilhões.
• Cerca de 7,4% das exportações mineiras, que totalizam US$ 3,05 bilhões, são destinadas aos EUA.
(Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

Mais informações sobre vistos e passaporte

• Informações sobre requerimento de passaporte estão disponíveis da página da Polícia Federal na Internet (www.dpf.gov.br).
• O pedido de obtenção ou renovação do visto norte-americano pode ser feito no site www.usavisitorvisa.net

quarta-feira, 28 de março de 2012

BH participa da Hora do Planeta



Pelo quarto ano consecutivo, Belo Horizonte participa da campanha Hora do Planeta, movimento simbólico proposto pela ONG internacional WWF, que convoca governos, empresas e população a apagar as luzes durante uma hora, com a finalidade de demonstrar preocupação sobre o aquecimento global e os problemas ambientais que a humanidade enfrenta. Este ano, a ação será realizada no sábado, dia 31, das 20h30 às 21h30. Como apoiadora do projeto, a Prefeitura de Belo Horizonte apagará as luzes da Praça da Bandeira, no bairro Cruzeiro, região Centro-Sul da capital.

A Hora do Planeta surgiu em março de 2007, em Sidney, na Austrália. No último ano, um bilhão de pessoas, em mais de cinco mil cidades de 135 países, participaram da ação. O objetivo da proposta é refletir sobre as mudanças climáticas e seus efeitos catastróficos, como o aumento de ciclones nos trópicos e a contaminação dos lençóis freáticos com água salgada, originadas do derretimento das geleiras nos polos da Terra.

Alguns dos mais conhecidos monumentos mundiais, como as pirâmides do Egito, a Torre Eiffel em Paris, a Acrópole de Atenas e até mesmo a cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos, já ficaram no escuro durante sessenta minutos. No Brasil, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, o Palácio da Liberdade, em Minas Gerais e o Farol da Barra, na Bahia, já foram apagados. Até o momento, além da capital mineira, 47 cidades brasileiras, entre elas sete capitais, já confirmaram sua participação. No ano passado, 123 municípios, entre eles 20 capitais, aderiram ao movimento, o que tornou o Brasil o país com o maior número de cidades engajadas no projeto.

De acordo com Regina Cavini, superintendente de Comunicação e Engajamento do WWF-Brasil, o gesto complementa as políticas ambientais desenvolvidas no território nacional e também insere o brasileiro como um colaborar de um movimento global. “O ato de apagar as luzes é mais uma forma de mostrar ao mundo que nós, brasileiros, queremos um futuro com desenvolvimento econômico que respeite os limites do planeta", explicou.

Mais informações sobre o movimento e sobre as cidades que aderiram a proposta podem ser obtidas no site oficial da Hora do Planeta (www.horadoplaneta.org.br).

Por que apagar as luzes?


Como prova do engajamento do país nas questões ambientais, neste ano o Brasil será o anfitrião da conferência mundial da Organização das Nações Unidas (ONU), o Rio+20, evento que será realizado no Rio de Janeiro, em junho, e tem como temática o desenvolvimento sustentável. O Congresso Mundial do Iclei, evento que antecede o RIO+20 e visa levantar propostas para o encontro no Rio de Janeiro, terá a capital mineira como sede, entre os dias 14 e 18 de junho. Além disso, a ONU também instituiu 2012 como o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos. Portanto, o apagar das luzes também será um gesto de solidariedade aos 20% de homens, mulheres e crianças que não tem acesso à eletricidade no planeta.

Outro destaque é que, pela primeira vez na história do movimento, a ação será registrada diretamente do espaço sideral. O embaixador da rede WWF e astronauta, André Kuipers, irá vigiar nosso planeta no momento em que as luzes serão desligadas. A experiência será compartilhada pela Agência Espacial Europeia, por meio de fotos e comentários ao vivo.

Rede WWF

A Rede WWF é uma das maiores organizações ambientalistas independentes do mundo. Conta com uma rede mundial ativa em mais de 100 países e com o apoio de quase cinco milhões de pessoas, incluindo associados e voluntários. A missão é acabar com a degradação do meio ambiente natural do planeta e construir um futuro onde os seres humanos vivam em harmonia com a natureza, assegurando o uso sustentável dos recursos naturais renováveis e promovendo a redução da poluição e do desperdício de consumo. No Brasil, a rede é representada pela ONG WWF-Brasil, criada em 1996, com sede em Brasília.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Jean Walker é um fenômeno


Em Minas, Michael Jackson não morreu

A voz de Jean Walker, ex-taxista de Belo Horizonte, impressionou pessoas de vários pontos do planeta por ser muito parecida com a do pop star americano

Jean Walker (Foto: Paula Mordente)
Jean Walker 
O taxista Jean não poderia imaginar que uma corrida até a rodoviária de Belo Horizonte mudaria de vez o rumo de sua vida. O passageiro entrou no carro e, depois de um papo rápido, eles começaram a falar sobre um ídolo em comum: Michael Jackson. Antes de chegar ao destino, Diego pediu ao motorista do táxi para cantar um trecho de uma das músicas do pop star americano para que ele pudesse gravar um vídeo. Mesmo tímido, o taxista topou. A gravação postada na internet chamou a atenção pela semelhança com a voz do cantor. Mais de dois milhões de pessoas do mundo inteiro assistiram ao vídeo. Tanta repercussão na internet fez com que a versão virtual da renomada revista de música Billboard desse destaque para o vídeo de Jean. Na Inglaterra, a emissora de TV BBC e o tabloide The Sun também se posicionaram impressionados com a voz do brasileiro, considerando-o afinadíssimo. Já o badalado site americano TMZ disse que ele merecia uma excelente gorjeta. E, assim, começou a carreira de Jean Walker.
Jean Carlos Ribeiro Machado tinha apenas seis anos de idade quando se declarou fã de Michael Jackson. Aos 12, já arriscava alguns dos característicos passos do astro internacional, fazendo sucesso durante a adolescência na escola, nas feiras de rua e nos bailes do bairro. Sempre se destacando pela facilidade de acompanhar fielmente o ritmo das músicas do artista.
Mas a vida desse belo-horizontino nem sempre foi só embalada pela pop music. De família muito simples, ainda muito novo, teve de trabalhar com pai, ajudando-o como pintor, função que mais tarde também exerceu. Casou-se aos 19 anos e sofreu muito a perda do primeiro filho. Chegou a trabalhar como servente de pedreiro para ajudar no sustento da casa. Pouco antes do nascimento do segundo filho, Michael – nome dado em homenagem ao ídolo –, ele começou a trabalhar como taxista.
Mesmo em meio às lutas e com uma rotina pesada de trabalho, que começava às 19h e só terminava quando o dia amanhecia, Jean nunca parou de curtir as canções de Michael Jackson. Mais que dançar, ele passou a cantar diariamente os hits que sempre ocuparam o topo dos rankings musicais. Alguns taxistas, às vezes, paravam para ouvir o colega imitar o artista. Com a webcam ligada, por diversas vezes, Jean chegou a gravar a própria performance com a ajuda de umplayback. Mas nada teve tanta repercussão quanto o vídeo postado por Diego Padilha.
Jean aderiu ao sobrenome artístico Walker e teve o talento revelado em várias emissoras de TV no Brasil. A primeira aparição foi ao ar no programa Pânico na TV, da Rede TV!. Durante a atração, voltada para o público jovem, ele cantou ao vivo pela primeira vez. Chegou a participar também de outro programa da casa, Manhã Maior, até entrar para um concurso de imitadores na Rede Record. As participações dominicais no quadro O Melhor Imitador do Brasil contribuíram ainda mais para tornar Jean Walker conhecido em todo o país. “Foi tudo muito rápido. Quando dei por mim, já estava na TV, sendo elogiado por diversos artistas e por pessoas que me paravam no corredor das emissoras para me cumprimentar. Na rua as pessoas já me conhecem. Eu ainda estou tentando me acostumar com isso, pois sou muito tímido”, revela.
Encontro com o pai de Michael Jackson

Pouco antes de ser surpreendido pela fama de melhor imitador de Michael Jackson no Brasil, Jean teve a oportunidade de cantar pessoalmente para o pai do artista, Joe Jackson, e para o produtor da família, Leonard Rowe. “Fui até a livraria aqui de BH onde Joe estava lançando um livro sobre Michael. Entrei na fila, como se fosse pedir um autógrafo e, quando cheguei perto dele, comecei a cantar. Ele, muito frio, não demonstrou muita afeição, já o produtor Leonard, ficou impressionado e foi muito simpático. Todos que estavam com Joe começaram a gravar imagens minhas e, em pouco tempo, a livraria inteira cantava comigo. Foi uma experiência fantástica”, conta.    O encontro com Joe e Leonard foi, sem dúvida, o contato mais próximo que Jean Walker teve com Michael Jackson. Para ele, a possibilidade disso acontecer era algo inimaginável, principalmente após a morte do ídolo. “No dia em que Michael morreu, eu recebi uma ligação de um colega do táxi falando da notícia, mas não acreditei. Depois que vi que era oficial, passei o dia com minha esposa no sofá, em frente à TV, chorando muito. Perdemos um grande artista”, lamenta.
Agora, a chance de ir aos EUA e conhecer outros detalhes da carreira do astro pop está cada vez maior. “Recebi algumas propostas que estão sendo analisadas com cuidado. Tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e não quero ser precipitado. Sou uma pessoa simples, um mineiro, um brasileiro, sei quem eu sou e de onde eu vim. Mesmo com todo o reconhecimento e carinho das pessoas, não quero dar passos muitos largos”, pondera.
Antes de embarcar para a terra do Tio Sam, Jean deve estudar inglês. Mesmo interpretando fielmente as músicas, ele confessa que não sabe nada sobre o idioma. “Eu sempre cantei só de ouvir, se colocar a letra na minha frente na hora de cantar, eu fico confuso”, confessa. Mas o fato de não saber a língua parece não prejudicar o desempenho dele, pelo menos é o que mostra os comentários de seus vídeos no Youtube. Elogios de vários lugares do mundo, em inglês, são postados a todo o momento, ressaltando a semelhança do timbre de Jean com o de Michael Jackson.
Planos para o futuro
Como muita coisa na vida de Jean, os planos para o futuro também mudaram. O trabalho como taxista agora faz parte do passado. A intenção dele é investir na carreira artística e se manter com a nova função. “Acho que ainda não estou preparado para fazer um show inteiro imitando Michael, mas tenho condições de fazer algumas participações em eventos”, planeja. A intenção é que, daqui a algum tempo, ele possa interpretar também outras canções no mesmo estilo.
Os novos compromissos necessitam de hábitos que não faziam parte do dia a dia do ex-taxista, entre eles, cuidados com a voz, com o figurino e o contato com os fãs. “Tenho consciência que minha vida mudou e sempre vou fazer o meu melhor para me adaptar, porque essa será minha fonte de renda. Mas nunca vou esquecer minhas raízes, deixar de lado minha família, amigos, parentes e nem mesmo minha cidade. Não tem a menor chance de eu deixar Belo Horizonte, minha terra querida”, ressalta.

BH - Aqui tem cerveja...


Com diversas fábricas de produção artesanal, Belo Horizonte está se tornando a capital das cervejas especiais no Brasil

Mais uma gelada, por favor!


Produto da Cervejaria Falke Bier, localizada na região metropolitana de BH (Foto: Divulgação)
Produto da Cervejaria Falke Bier, localizada na região metropolitana de BH (Foto: Divulgação)
Breja, loirinha, loira gelada, cerva ou simplesmente uma gelada. São muitos os apelidos para a cerveja, uma das bebidas mais antigas da humanidade. Conhecida mundialmente, a cerveja é pedida certa nas festas, baladas e churrascos brasileiros. Mas o que muita gente ainda não conhece são as cervejas especiais, feitas artesanalmente ou em microindústrias que, segundo especialistas, proporcionam um sabor muito melhor. Com o lema “Beber menos, mas beber melhor”, os apaixonados pela cerveja artesanal garantem que quem conhece o sabor deste tipo de bebida não aceita beber a de outra modalidade. Em Belo Horizonte, o movimento dos apaixonados pela cerveja elaborada em pequenas indústrias começou há pouco mais de cinco anos. Hoje, há quem diga que a cidade está sendo considerada a segunda Bélgica, no que se refere à produção de cervejas especiais.
Segundo o cervejeiro Marco Falcone, um dos sócios da Falke Bier, a capital mineira está se tornando referência na produção de cerveja especial no Brasil. “São 70 fábricas de produção caseira, associadas a ACervA, e outras 10 microindústrias, conveniadas ao Sindbebidas. Os cervejeiros daqui não têm medo de inovar. Muitas cervejas produzidas em Belo Horizonte não existem em nenhum outro lugar do mundo”, afirma.
José Felipe Carneiro, cervejeiro da Wals, também destaca a produção da capital mineira. “A história da cervejaria em BH e região metropolitana começou com os cervejeiros caseiros, que faziam a bebida em casa, na panela. Eles perceberam uma excelente oportunidade para crescer e, hoje, estão à frente de microcervejarias famosas pela qualidade. A produção da bebida na nossa região já faz de BH a capital das cervejas especiais do Brasil”, acredita.
De acordo com Falcone, o consumo deste tipo de produto no Brasil tende a crescer 15% ao ano, ao passo que o da bebida industrializada cresce, em média, de 3 a 4% no mesmo período. “Hoje, o brasileiro consome, em média, 50 litros de cervejas especiais por ano. Com o aparecimento das microindústrias, esse número tende a aumentar. Há um espaço muito grande para o ramo. E Belo Horizonte vai acompanhar esse crescimento”, especula.
Dez microcervejarias na capital e região metropolitana produzem a bebida, mas apenas quatro a engarrafam: Falke Bier, Wals, Backer e Krug Bier/Áustria. “Todas elas já têm projeção nacional”, revela Falcone.
Sabor e cultura
O cervejeiro ainda explica que a cerveja artesanal é muito mais que uma simples bebida. É também cultura. “Cada tipo de cerveja combina mais ou menos com um tipo de comida. Então, esse movimento é muito mais que apenas beber, é também degustar, sentir aromas e sabores diferenciados – o que, na bebida industrializada, é impossível de se fazer”.

Como o objetivo é levar cultura e não apenas cerveja, as microcervejarias já estão construindo verdadeiros espaços culturais. A Adega Cultural de Cerveja, da Wals, já está quase pronta. Carneiro conta que o espaço será destinado para mostrar um pouco das peculiaridades da bebida.  “Esse espaço será para visitação, onde o visitante vai poder degustar as cervejas produzidas pela Wals, além de conhecer um pouco dos processos de fabricação”. A adega será aberta ao público, aos sábados e domingos. As inscrições podem ser feitas pelo site www.wals.com.br. Falcone também abre sua fábrica para visitação. Na Falke Bier, existe um espaço, no qual são ministrados cursos de degustação da cerveja especial. “Esse ambiente foi construído para os nossos cursos e testes. Aqui degustamos cervejas do Brasil inteiro. Além disso, abrimos também para visitações. É um prazer receber pessoas que admiram a bebida como nós”, orgulha-se.
Dedicação no preparo
Tanto a Falke Bier quanto a Wals possuem cervejas mais do que especiais. A Monasterium e a Vivre pour Vivre, da Falke, são famosas não só pelo sabor, mas também pelo modo de preparo. Segundo Falcone, a Monasterium, uma cervejaBelgian Srtong Ale, vencedora do prêmio Award 2008 como produto inovador, leva até seis meses para ficar pronta. “Todo o processo é muito peculiar. Ela é refermentada na garrada e maturada em uma adega subterrânea ao som de canto gregoriano”, revela.
Já a Vivre pour Vivre, uma cerveja Fruit Bier, utiliza jabuticaba na elaboração. Falcone revela que ela é única no mundo e leva três anos para chegar pronta ao consumidor. A sua peculiaridade é tanta que a produção é limitada: apenas 600 garrafas por ano. “Essa cerveja é muito especial.
O nome é inspirado no filme Vivre pour Vivre. Eu queria fazer uma cerveja inédita que, ao mesmo tempo, fosse bem brasileira. Então, decidi utilizar a jabuticaba. Ficou fantástico!”, afirma.
Já a cervejaria Wals, tem a Wals Brut como “xodó”. De acordo com Carneiro, essa é uma cerveja Champenoise, que segue os mesmos modos de preparo do Champangne. “A Wals Brut leva nove meses para ficar pronta. Produzimos apenas 200 garrafas por ano. Temos uma lista de espera de mil pessoas querendo a nossa cerveja”, revela.
Cerveja especial X Cerveja industrializada
Tanta dedicação para produzir um único tipo de cerveja não poderia originar um resultado diferente. Os preços das cervejas especiais chegam a ser bem mais altos do que os da cerveja industrializada. Mas os cervejeiros não vêm nisso é um empecilho para a venda do produto. “Se você gasta R$30 com seis ou sete garrafas de cervejas industrializadas, você pode optar por tomar três especiais e gastar o mesmo valor. Porém, terá bebido algo de maior qualidade e infinitamente mais saboroso”, compara Carneiro.
Para Falcone, o lema “Beber menos, mas beber melhor”, diz bem qual é a grande diferença entre as bebidas. “A cerveja especial está muito ligada ao gourmet, ao sabor, aos aromas. A qualidade é muito maior. Quem toma cerveja especial não tem a intenção de ficar bêbado, mas sim de degustar, de sentir a qualidade diferenciada”.
As meninas da CONFECE também concordam. “Quando optamos por uma cerveja especial, optamos por uma bebida de qualidade superior. A gente aprende a tomar cerveja e a sentir todas as sensações que ela proporciona”, comenta Ludmilla Fontainha, que faz parte da confraria (veja abaixo) formada só por mulheres.