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terça-feira, 17 de abril de 2012

Debate marca comemorações do Dia do Índio em BH

09 india Dia do Índio   19 de AbrilEm comemoração ao Dia do Índio, festejado no dia 19 de abril, o Centro Cultural Urucuia promove o evento Abril Indígena Metropolitano, um encontro com lideranças indígenas de Belo Horizonte e convidados especiais para um debate sobre a presença indígena na cidade. O evento, organizado pela sociedade civil indígena da capital, tem o apoio do projeto Centro de Serviços para as populações indígenas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, do Gruppo Volontariato Civile (GVC) Brasil, da Associação de Povos Indígenas da RMBH e do Povo Aranã do Barreiro. As atividades são abertas ao público e acontecem entre sábado, dia 14, e quarta, dia 18, no Centro Cultural Urucuia (rua W3, 500, bairro Urucuia), no dia 27 deste mês na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e, no dia 28, na Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de Belo Horizonte. A entrada é gratuita.

O evento no Urucuia, uma busca pelo reconhecimento dos direitos dos indígenas metropolitanos, antecede o debate público sobre a questão indígena na assembléia, que acontece no dia 27 de abril. O encontro tem a intenção de reforçar a mobilização das famílias em torno do movimento pelo reconhecimento da identidade e direito à alteridade indígena também nas cidades. 

Segundo Dalva Aguiar Nascimento, coordenadora do projeto Centro de Serviços para as Populações Indígenas na RMBH, do GVC Brasil, a parceria com os centros culturais é importante como forma de sensibilizar a população para a questão indígena e mostrar à sociedade civil indígena a disponibilidade e a abertura das estruturas municipais para a valorização de expressões culturais das minorias. “É um passo importante para a autoestima do indíviduo indígena e um passo à frente para o reconhecimento por parte da sociedade civil não indígena e por parte das instituições”, afirma.

A programação do Abril Indígena Metropolitano no Centro Cultural Urucuia conta com a exibição do filme “Tribos Urbanas”, que relata a realidade dos povos indígenas de Manaus e de documentários e curta metragem da Pajé Filmes sobre os índios de Minas Gerais. Também acontecem debates e uma oficina de pintura corporal realizada por indígenas residentes em Belo Horizonte. 

Durante todo o sábado, dia 14, serão realizadas filmagens das atividades e recolhidos depoimentos sobre a questão dos índios que vivem nas cidades. O resultado desse trabalho será conhecido no dia 28 de abril, às 9h, com a exibição do vídeo durante a manhã de diálogo com os povos indígenas de Belo Horizonte, atividade promovida pela Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial do Município de Belo Horizonte.

Índios Urbanos

 Segundo o Censo 2010 do IBGE, a população indígena no Brasil é formada por 817.963 pessoas, sendo que mais de 315 mil vivem em cidades.
 
Em Belo Horizonte, as comunidades presentes na região metropolitana estão, principalmente, no Barreiro, em Santa Efigênia, na Serra e no Sumaré, além dos municípios de Contagem, Betim, Ibirité e Vespasiano. Um dos trabalhos do GVC Brasil será a elaboração de um estudo sobre a demografia indígena na RMBH, culminando no mapeamento completo da região, que será realizado em parceria com a UFMG e estudantes indígenas universitários. 


Para Dalva Aguiar Nascimento, o debate sobre a presença do índio nas cidades diz respeito não somente a eles , mas à população em geral, por se tratar de uma questão relacionada a direitos humanos. “A salvaguarda dos direitos básicos das pessoas é interesse de toda a sociedade, hoje dos indígenas, amanhã, de outro grupo vulnerável”, ressalta. Segundo ela, a existência dos indígenas na cidade ainda é desconhecida para a maioria das pessoas, o que acaba gerando preconceito. “Marginalização, desinformação, invisibilidade. Infelizmente, muitas vezes, o indígena para as instituições é só quem vive na aldeia. Quem foi expulso da sua terra, quem quer estudar na universidade e vem morar na cidade, não é mais índio. Chega a sofrer discriminações que muitas vezes o levam a esconder a própria origem”, revela.

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